O poder da nostalgia…

…é algo em que tenho pensado muito nos últimos tempos. Nostalgia de tempos mais puros, a nostalgia que os leitores poderão sentir, a nostalgia enquanto força motriz e impulsionadora de muitas decisões palermas que tomamos e compras impensadas que fazemos, a vista grossa que se faz e o beneplácito arbitrário que se tem para com muito que hoje sabemos ser palerma, de qualidade algo duvidosa, e possivelmente inferior a algo a que também temos acesso… mas que preterimos em favor de outra coisa que nos remexe as memórias, que nos leva de volta a outros tempos e que nos marcou de forma indelével em idades em que tudo era maravilhoso e um festival para os nossos incipientes sentidos.

Era mais ou menos assim que eu me sentia, quando estava a aprender a trabalhar com o Frontpage, a gerir as particularidades do domínio cjb.net, a tentar criar o meu primeiro fórum através da Bravenet e a achar que era o rei do design gráfico porque sabia usar camadas num qualquer programa de cujo nome já nem me lembro, mas que mantinha que era melhor que o Photoshop (não era; nem mesmo com óculos nostálgicos). Tudo era um mundo por explorar, pleno de possibilidades e mistérios, e foi isso que procurei transmitir com a primeira imagem de entrada do saudoso allaryia.cjb.net.

Havia também que pensar no marketing, claro está, e isto numa época em que não havia Facebooks e quejandos. Como tal, nada como uma negaça visual à laia de teaser para entrada do sítio, fruto de mais exímio trabalho gráfico no tal programa de cujo nome nem me lembro.Na altura, até funcionou bem. Revelar nova arte do Samuel Santos causava sempre grande rebuliço e dava origem a inúmeros emails de curiosos. E A Essência da Lâmina tinha custado a sair, pelo que havia uma tremenda sede por novidades, e recordo-me do quão orgulhoso fiquei do zunzum causado pela imagem. Por fim, fazendo uso dos meus dotes gráficos (que claramente não incluíam preparar imagens para publicação em fundos que não o preto, usar gradientes de cores, ou a limpeza de selecções após apagar o fundo das mesmas), incluí todas as capas até à data numa única e gloriosa fachada para a entrada.

Bons tempos. E boas memórias, as que estas imagens me trouxeram quando andei a remexer nas velhinhas pastas de Allaryia, onde encontrei mais coisas que mais tarde partilharei. Porque a nostalgia é realmente forte, e porque acho genuinamente piada a revisitar material antigo quando estou prestes a embarcar na construção de algo novo, como quem passa em revista o que o trouxe ao ponto em que se encontra e do qual tenciona partir para algo maior e melhor.

Ainda em Janeiro, vou estrear uma nova categoria neste espaço, irei quase de certeza adiantar algo mais acerca do meu projecto com o Manuel Morgado, e ainda tenho agendada lá para o final do mês a tal surpresa de que anteriormente falei. Até lá, boas leituras, e obrigado pelo vosso interesse.

Ah, e boas entradas.

(Eram, não eram? Digam lá…)