Oblívio

A Manopla de Karasthan juntou-os.
Os Filhos do Flagelo uniram-nos.
As Marés Negras marcaram-nos.
A Essência da Lâmina separou-os.
As Vagas de Fogo deram-lhes esperança.
O Fado da Sombra destruiu-a.

Tomados pelo desânimo, os companheiros enfrentam agora o seu maior desafio e o Oblívio ameaça a própria existência, da mesma forma que parece ser a sua única salvação. Na mais negra hora de Allaryia, a Sombra ergue-se triunfante, mas nem tudo o que parece o é, e ainda falta a’O Flagelo jogar a sua última cartada…

E assim terminou um ciclo, findos os tão badalados sete volumes, que podiam ter sido seis ou dez. Mas seis teria sido demasiado abrupto e para dez seria necessária muita palha só para prolongar artificialmente uma história que pouco teria a ganhar com os elementos que ficaram por contar, o que também teria testado a paciência dos leitores e a perseverança do autor. Não, sete acabou por ser o número ideal e tudo aquilo que eu tinha de contar neste primeiro ciclo da saga foi contado. Insistir e prolongar só para pôr no papel absolutamente todas as cenas e situações que tinha imaginado teria sido como mungir uma vaca cansada, por isso preferi deixar a dita vaca recuperar e esperar por um novo vitelo para ver o que ela dará de futuro. Porque, após quinze anos em Allaryia, eu estava a precisar de umas férias e de explorar outros horizontes.

Analogias de gosto e valor retórico questionáveis à parte, Oblívio foi um «até à próxima», e não um «adeus», mas tardei em balizar um regresso a Allaryia, e muitos ficaram convencidos de que era de facto o último capítulo da saga. Erro meu. Este livro não foi um fim, mas sim um exame nacional após quinze anos de proveitosa e acima de tudo prazenteira aprendizagem, um marco na minha vida e carreira artística. E teve direito a uma Edição de Luxo. O meu exame nacional não. Logo, deve ter sido mais importante.

  • Palavras: 236.109
  • Páginas (livro): 598
  • Páginas (manuscrito): 467
  • Tempo de produção: 1 ano
  • Vezes em que foi posta na mesa a possibilidade de adiar a publicação, para que fosse o nº 100 da Via Láctea: Uma vez. Mas estava a brincar.

Arte