Primórdios de uma capa

No seguimento da rubrica «Blendagens» e do meu objectivo de, um dia, ser capaz de fazer as minhas próprias capas, queria hoje partilhar convosco uma das etapas da criação da capa d’A Era da Ruína, que ainda está em curso.

Como sabem, capas ilustradas são cada vez mais uma coisa do passado na maior parte das editoras em Portugal, e o processo tornou-se bem menos divertido, pelo menos para mim, agora que já não existe a correspondência com o(s) artista(s) na fase conceptual e a troca de ideias antes da finalização. O que não significa que o autor já não tenha qualquer contribuição, porque o departamento gráfico costuma pedir directrizes e, por vezes, sugestões concretas para os elementos que devem compor a capa, nem que seja exemplos de bancos de imagens, que hoje são a principal ferramenta.

No caso d’A Era da Ruína, trata-se de um volume de viragem para o Quenestil, e a lança que está associada ao nome do livro tinha obrigatoriamente de aparecer na capa, por mais que não fosse para dar seguimento ao novo visual da recapagem das Crónicas. A minha sugestão foi uma fusão das duas seguintes imagens, que não correspondem bem, bem ao aspecto da Mørvrełd, mas escapam, e tenho alguma curiosidade pelo resultado final…