Estilicídio

Queda de água, gota a gota; queda da chuva dos beirais dos telhados.

Adoro esta palavra, mas ainda não consegui usá-la em nenhum dos meus livros, porque sinto sempre que leitores que não a conheçam possam pensar que me estou a referir a matar o estilo de alguém, ou coisa parecida. A confusão reside na declinação do verbo latino caedō, que, entre outros, significa «matar», «cair», «abater».

A título de curiosidade, «estilicídio» é também um artigo do Código Civil, herdado de uma lei da Roma Antiga, que reza:

  • O proprietário deve edificar de modo que a beira do telhado ou outra cobertura não goteje sobre o prédio vizinho, deixando um intervalo mínimo de cinco decímetros entre o prédio e a beira, se de outro modo não puder evitá-lo.
  • Constituída por qualquer título a servidão de estilicídio, o proprietário do prédio serviente não pode levantar edifício ou construção que impeça o escoamento das águas, devendo realizar as obras necessárias para que o escoamento se faça sobre o seu prédio, sem prejuízo para o prédio dominante.