Soube hoje que faleceu um dos argumentistas de banda desenhada pelo qual mais admiração tive. Não só pelo seu trabalho (embora este tenha sido lendário e um dos mais marcantes da indústria dos comics) mas porque o seu percurso me fez sonhar.
Conseguiu publicar a sua primeira história aos 14 anos, sob a égide da DC Comics, e esta foi ilustrada por profissionais que se serviram da sua composição amadora como base, mudando subsequentemente a forma de contar histórias da editora à medida que ia distribuindo o seu toque inovador e dinâmico por vários títulos, incluindo o Super-Homem. E todos os que gostam de banda desenhada americana e cresceram nos anos 80 foram de alguma forma marcados pelo seu trabalho como editor, quando ele mudou para a Marvel. Enquanto fã da DC, sou obrigado a dar o braço a torcer e reconhecer que, com Shooter ao leme, a Marvel cilindrou a concorrência de uma forma nunca antes vista.
Para alguém que, aos 43 anos, almeja um dia conseguir publicar a sua história sobre a Legião dos Super-Heróis, é motivador saber que um adolescente de 14 o conseguiu. Sobretudo quando esse adolescente criou personagens novas e ainda deixou subsequentemente um legado duradouro no Super-Homem. Talvez já seja tarde, mas gostaria muito de ver o seu nome reconhecido no Superman que está para aí a despontar nas salas de cinema, e que eu quase de certeza irei ver em Mostar (mais sobre isso na próxima entrada).